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terça-feira, 1 de novembro de 2011

Na Cidade Estrutural moradores reclamam de não receber correspondências em casa

Alterações nos endereços dificulta o trabalho dos Correios

Márcia Prado

Ao contrário das demais cidades do Distrito Federal, na Cidade Estrutural os carteiros não entregam as correspondências de casa em casa. Moradores do local reclamam de ter que buscar as cartas, inclusive contas de água e luz, na associação da cidade que não funciona todos os dias.

Na associação voluntários fazem a separação e distribuição das correspondências que chegam até uma caixa postal comunitária na entrada da cidade que surgiu de um convênio entre a associação de moradores e os Correios, firmado há mais de 10 anos.

De acordo com a administradora da cidade Estrutural, Maria do Socorro Fagundes, as correspondências eram encaminhadas para a caixa postal porque os endereços estavam oficialmente errados. “Assumimos agora a administração e fomos pegos de surpresa com a cidade sem carteiro”.

A administradora conta que devido a um novo projeto de regularização todos os endereços foram alterados, os novos ainda não foram passados para a população, que ainda usa um endereço que não confere com o endereço oficial que consta para os Correios.

“Tivemos uma reunião hoje com os Correios afim de resolver esse problema. Vamos organizar um mutirão com uma equipe passando de casa em casa para divulgar o novo endereçamento ainda essa semana para que os moradores identifiquem suas residências e o carteiro consiga fazer as entregas pois os Correios tem o endereço regularizado e a população ainda usa o endereço antigo.”


Os Correios explicam que a taxa é ilegal, mas o problema só vai ser resolvido quando os CEPs criados desde 2008 e os novos endereços passarem a valer. “Agora só falta o governo fazer a parte dele: comunicar a população, informar qual o seu novo endereço, porque mudou e fazer a identificação das vias públicas”, explica o gerente de operações dos Correios-DF, Edson Batista Moraes.

Moradores estão revoltados com a situação

Procuramos a associação de moradores da Cidade Estrutural que é quem entrega estas correspondências, ao chegar lá, encontramos as portas fechadas e os moradores revoltados. A secretária Maria de Jesus, de 43 anos, conta que nunca soube dessa mudança de endereço. “Moro aqui há mais de dez anos e nunca soube de outro endereço a não ser o que eu uso. As cartas não chegam na nossa casa de jeito nenhum”, diz ela que afirma também que desde que chegou na cidade a entrega de cartas funciona desta forma.

A caixa postal comunitária funciona em horário comercial às, segundas, quartas e sextas. Terças e quintas, ela funciona apenas pela manhã.

A dona de casa Iranir da Silva, de 34 anos, reclama da falta de informação sobre o serviço. A gente busca a correspondência aqui quando está aberto, pensei que hoje estaria, mas cheguei aqui e não tem ninguém. As pessoas pagam uma taxa de R$ 10, mas eu não pago porque isso é obrigação do governo e não minha. E não funciona direito. Não é sempre que está aberto. Quero saber como vai ficar porque tenho umas faturas e uns boletos para receber pelos correios”, desabafa a moradora.

Segundo o motorista Antônio Medeiros, 43 anos, a associação não exige pagamento de nenhuma quantia. “Eu conheço as meninas que trabalham aí e elas trabalham de graça, tem gente que ajuda com R$ 5 ou R$ 10 e elas levam a correspondência na casa da pessoa, mas não é obrigatório esse pagamento”, ele conta ainda que busca pessoalmente suas cartas na associação desde que se mudou para a cidade, há 15 anos atrás, mas está muito insatisfeito com isso. “Quero receber minhas contas em casa”.

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