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sábado, 25 de dezembro de 2010

Aumento no preço de produtos natalinos

Brasilienses deixam compras de alimentos natalinos para última hora

Márcia Prado

A ceia de Natal dos brasilienses está mais cara neste ano. Os produtos natalinos que já estão nas prateleiras não chamam a atenção do cliente, ainda. O aumento de preço dos itens típicos dessa época ficou acima da inflação, mostra levantamento feito pelo economista André Braz da Fundação Getúlio Vargas (FGV).
Os alimentos típicos do natal aumentaram, em média, 12,15%, entre dezembro de 2009 e novembro deste ano. Já o índice geral registrou alta de 5,34%, entre o último mês de 2009 e o penúltimo deste ano. Itens natalinos também registraram aumento acima do verificado para o grupo Alimentação, que acumula alta de 7,73%, indicou o índice de preços ao consumidor – mercado.
Os produtos que terão um maior aumento serão as carnes, O frango inteiro ficou 10,21% mais caro e o pernil suíno aumentou 9,71%, em relação ao Natal de 2009. Já o bacalhau está mais em conta esse ano registrando queda de 4,15% nos preços. O frango especial (chester) também está mais barato (-8,55%).

Supermercados

De acordo com o gerente de supermercado do Plano Piloto, André Oliveira, os produtos natalinos chegaram por volta do dia 20 de novembro. “Mas ainda não tem procura para eles”, conta o gerente que diz ainda que as vendas, assim como a procura por produtos natalinos, aumentam por volta do dia 15 de novembro. “Um dos motivos para os clientes deixarem tudo para última hora são os produtos perecíveis como frutas, carnes e castanhas que precisam estar frescas na hora da ceia”.

Ele diz também que os preços de produtos natalinos como panetones, vinhos e futas não aumentou. A carne, em contrapartida, está em alta de acordo com o gerente. “A boa notícia é que os supermercados que fizeram um bom estoque de bacalhau conseguirão segurar o preço. Nós conseguimos”, explica.
Gerente de um supermercado no Riacho Fundo, Julimar Gomes afirma que em seu estabelecimento apenas os panetones já estão sendo vendidos. Esses já estão na prateleira desde o início do mês. Segundo ele os produtos natalinos estão previstos para chegar amanhã, “O preço dos produtos, no nosso supermercado estará igual ao do ano passado, frangos e pernis também não tiveram nenhum aumento considerável de preço este ano”, afirma.
A expectativa de Julimar é que a partir da primeira semana de dezembro as vendas sejam intensificadas.




Tudo para a última hora

A economista Maria Celina é uma das que deixam para comprar os produtos natalinos em cima da hora. “Sempre tem um tumulto, temos que encarar filas, mas eu estou acostumada a comprar na véspera. É o mal do brasileiro e eu sempre enrolo até o último minuto. Além do nais, estamos no começo do mês e eu ainda não entrei no espírito natalino”, fala.

Juliana Gomes é arquiteta e também não começou com os preparativos para a festa. “Todos os anos eu vou para a casa de algum familiar, e geralmente não faço as compras de natal por esse motivo, então ainda nem comecei a me preocupar com isso”, relata.

Campanha beneficia 210 crianças

Colaboradores do Grupo Caixa Seguros se unem para comprar presentes

Márcia Prado

Pelo oitavo ano consecutivo colaboradores do Grupo Caixa Seguros se unem para proporcionar um Natal inesquecível para crianças carentes do DF. Ao todo 210 crianças foram beneficiadas pela campanha que arrecadou cerca de 6 mil reais.
A campanha Natal Entre Amigos já virou tradição entre os funcionários do grupo. Este ano foram beneficiadas crianças da Escola Classe Córrego do Arrozal, localizada no Núcleo Rural Sobradinho II, e os moradores da Casa de Moisés, instituição com sede em Águas Lindas (GO).
A diferença este ano é que a responsabilidade é ainda maior pois serão quatro vezes mais crianças do que no ano passado. A entrega dos brinquedos aconteceu na última quarta-feira (15) nas escolas.
A arrecadação das doações acontece desde o dia 2 deste mês. “Este ano organizamos de forma diferente, as doações foram feitas em dinheiro para que pudéssemos comprar brinquedos iguais para todas as crianças”, afirma a analista de controle interno Cátia Regina.
Desta vez, os colaboradores tiveram a liberdade de doar uma quantia entre R$ 30 e R$ 50 de acordo com sua possibilidade.
Cátia diz que sempre participa de ações assim como voluntária. “Faço esse tipo de trabalho porque gosto, faço por conta própria independente do espírito de natal. A Caixa Seguros têm outros trabalhos como esse”, afirma.
Nos últimos sete anos, mais de 1.000 crianças em todo o Distrito Federal já foram atendidas pelo projeto Natal Entre Amigos. Este ano, com as doações realizadas, o projeto terá feito a alegria de quase 1.500 meninos e meninas carentes.

Não só brinquedos

Além dos brinquedos, as crianças tiveram uma tarde especial ontem. Funcionários e crianças se encontraram para ter um momento de diversão e trocar abraços. Ao mesmo tempo em que se divertiam com personagens do grupo brasiliense de teatro infantil, Néia e Nando, as crianças puderam desfrutar de um lanche oferecido pela companhia.
Pabline da Silva de 17 anos é moradora da casa de Moisés, segundo ela o evento estava divertido. “é uma pena que seja só uma vez por ano”.
Naná Guimarães é voluntária do abrigo Casa de Moisés e diz que esse tipo de evento é muito bom porque as crianças interagem com outras pessoas. “Esse apoio nos ajuda a crescer socialmente e conseguir mais voluntários para nossa instituição”, afirma
“Campanhas como essa deveriam acontecer durante todo o ano e não só nessa época.” conta Naná.
Sidney Guedes é aluno da Escola Classe Córrego do Arrozal e também participou da festa. O garoto que não acredita em papai noel desde que nasceu encontra nessas campanhas o espírito de natal. “É a primeira vez que eu venho aqui, ontem eu ganhei um caminhão e hoje estou me divertindo muito”, conta.

domingo, 12 de dezembro de 2010

Biblioteca Nacional comemora 2 anos de existência

De acordo com usuários a falta de acervo ainda é o único problema

Márcia Prado

Aberta ao público desde 12 de dezembro de 2008, a Biblioteca Nacional de Brasília (BNB) recebe cerca de 600 pessoas por dia. E hoje comemora dois anos de funcionamento com uma programação de eventos culturais abertos ao público brasiliense.




As comemorações começam na manhã do dia 10, a partir das nove horas, e terminam às 21 horas essas atividades serão realizadas no auditório da BNB. Haverá um lançamento de livros digitais, apresentação do coral do Superior Tribunal de Justiça (STJ), palestras, performance de dança, espetáculo teatral e apresentação musical.
Segundo a assessora de comunicação da BNB, Flávia Salim, a biblioteca tem uma boa estrutura tecnológica e oferece serviços tais como rede Wireless nos salões e estudos, salas específicas para estudos em grupo, espaço com computadores conectados por meio de internet banda larga, entre outros. Ela diz que as salas de estudo são procuradas, principalmente, por pessoas que estudam para concursos.
O moto boy Jaílson Azevedo é usuário dos computadores com internet e diz não ter do que reclamar com relação aos serviços e atendimento. “Eles prestam um bom serviço, mas sinto falta dos livros”, conta ele.
A estudante Monique Sobral não é usuária assídua e visitava o espaço pela primeira vez. “Pretendo ver como é, se é legal para estudar e se possível voltar mais vezes”, diz Monique que procurou a BNB devido as boas referências que teve do local.
Muitas pessoas utilizam as salas de estudo não só pela tranquilidade, mas pela localização da biblioteca. O servidor público Lucas Gomes é um deles. “Ter acervo ou não, nem faz diferença para mim, eu utilizo o espaço físico com meu próprio material. É ideal porque trabalho aqui perto, então saio do trabalho e venho para cá estudar para concursos”, ressalta Lucas.

Lançamento do livro

Alunos da da Escola Classe 415 Norte farão o lançamento de 28 livros produzidos por eles, em formato digital. Os livros digitais são fruto da parceria firmada entre o Núcleo Pedagógico da BNB, a direção da escola e o Departamento de Botânica/Instituto de Ciências Biológicas da Universidade de Brasília.
Os livros digitais foram produzidos no decorrer deste ano pelas turmas de educação infantil e ensino fundamental de primeiro ao quinto ano totalizando a participação de cerca de 378 alunos. Ao todo são 28 livros organizados em duas versões: uma científica (13 livros) e a outra literária (15 livros).

A questão do acervo

Apesar de ser grande e ter uma excelente estrutura física, a biblioteca não possui um espaço de livros como as demais. De acordo com Flávia Salim, a biblioteca conta com cerca de 15 mil livros catalogados, porém não foram liberados para uso devido à sistemas burocráticos.
“Infelizmente ainda não conseguimos abrir o acervo para a população porque precisamos de equipamentos de segurança como totens, tarjetas magnéticas e outros materiais que dependem de licitação para a compra”, afirma Flávia.
Ela diz que a população tem se manisfestado em relação a falta de acervo, porém é necessário aguardar essa licitação. “Espero que neste novo governo isso se resolva logo. Nós precisamos atender a população, estamos aqui para isso”.

sábado, 4 de dezembro de 2010

Hemocentro de Brasília lança campanha na 10ª Semana Nacional do Doador Voluntário de Sangue

Márcia Prado

Esta manhã a Fundação Hemocentro de Brasília (FHB) lança a campanha Faço parte desta corrente. Doo o meu melhor – Sou doador de Sangue, que contou com a presença da diretora do FHB, Maria de Fátima Brito Portela, com a diretora-executiva, Regina Fátima Gatto de Oliveira Thomé, colaboradores e autoridades. A FHB promove uma homenagem à doadores além de apresentações culturais.

De acordo com a diretora presidente da instituição, Maria de Fátima Brito Portela, a semana do doador foi criada à dez anos em função da data e durante toda a semana acontecem eventos com o objetivo de estimular a população a doar, homenagear e agradecer aqueles que já doam. A semana do doador começou na segunda (22) e vai até sábado (27).




“Pelo menos 5% da população deveria doar para que não faltasse no estoque. No Brasil, apenas 1,8% da população é doadora de sangue. Na capital federal estamos acima da média com 3%. Dos nossos doadores 55% são jovens de 18 a 25 anos. No DF somos beneficiados com a solidariedade da população. 32% dos nossos doadores são mulheres, porém, é preciso aumentar esse número”, ressalta a diretora. Mulheres ficam impossibilitadas de doar durante a gravidez e amamentação, nos demais casos elas tem as mesmas condições de doar que os homens.

Maria de Fátima diz que por dia o Hemocentro recebe normalmente em torno de 250 doadores, o ideal seria 300 porque o órgão atende todos os hospitais públicos do DF. “Sempre que aparecemos na mídia as pessoas respondem bem, mas é importante lembrar que temos pacientes precisando de sangue durante todo o ano”, lembra. Quando há queda no estoque, os primeiros tipos de sangue que sentimos falta são os de fator negativo. Mas em geral, a fundação precisa de sangue de todos os tipos.

De acordo com a secretária de estado de saúde, Fabíola Aguiar Nunes, o Hemocentro foi o órgão que menos deu trabalho à sua gestão. “Apesar de não aparecer tanto na mídia como os hospitais públicos, a FHB garante uma função fundamental para salvar vidas nos hospitais da rede pública do DF”, afirma.

A vendedora Eva Oliveira doou durante vários anos mas parou após ficar viúva, hoje, depois de 5 anos, Eva retornou ao Hemocentro para, segundo ela, exercer seu dever como cidadã. “Estamos no fim do ano, uma época em que as pessoas sofrem mais acidentes e necessitam de mais transfusões, por isso resolvi voltar a doar”, conta.

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

É preciso checar situação da empresa antes de fazer compras pela internet, orienta especialista

Márcia Prado

Fazer compras pela internet é uma prática que exige cuidado e atenção. Para não sofrer prejuízos, segundo a especialista em Direito do Consumidor Suene Almeida, é necessário buscar informações sobre a empresa antes de adquirir qualquer produto.
No Brasil não existe uma legislação específica no que se refere à compras feitas online, mas o Código do Consumidor regula esse tipo de comércio. “Cada vez mais popular, essa modalidade de venda deve crescer mais nos próximos anos e para evitar problemas é importante que o consumidor verifique sempre se a empresa é verdadeira e leia com atenção as condições de compra”, destacou Suene, em entrevista ao programa Revista Brasil da Rádio Nacional.
De acordo com ela, esse tipo de compra gera muita insatisfação. “Alguns consumidores procuram o Procon para reclamar de produtos que vieram com defeito ou porque não atenderam às expectativas do consumidor, que acaba indo reclamar, até mesmo, com ações judiciais para fazer valer seus direitos.”
A especialista ressalta que a dica é sempre verificar se a empresa é idônea, se ela cumpre com os prazos estipulados. “É possível verificar no Procon uma lista com as empresas que são alvo constante de reclamações. O consumidor pode ligar lá [no Procon, no número 151] e perguntar se existe reclamação contra a empresa em que ele deseja efetuar a compra”, afirma Suene.

SECA CASTIGA ONZE MUNICÍPIOS GAÚCHOS

As principais cooperativas e associações dos municípios afetados pela seca no Rio Grande do Sul estão reunidas esta manhã para avaliar os prejuízos causados ao produtor rural e possíveis medidas medidas para amenizar os danos causados pela estiagem.

As pastagens e a produção de leite, concentradas no sul do estado, são as que mais sofrem com a seca. É o que afirmou hoje (20) o presidente da Federação das Cooperativas Agropecuárias do Estado (Fecoagro), Rui Polidoro Pinto. “Até o momento há uma situação muito preocupante na metade sul do estado, estamos nos reunindo com presidentes das cooperativas para avaliar o quadro e buscar soluções para os problemas que estão acontecendo em decorrência desta estiagem”, conta Polidoro. Os prefeitos municipais estão se mobilizando para buscar fornecer um abastecimento de água nas regiões mais afetadas.

O presidente da Fecoagro comenta que a situação da estiagem no estado é preocupante. “Em regiões onde predomina a plantação de arroz, ainda não houveram grandes prejuízos, mas em áreas de pastagens a situação é mais complicada”, ele diz ainda que no norte do estado, as plantações de soja e milho ainda não sofrem tanto com a escassez hídrica. “A lavoura de soja está razoável, com algumas pequenas perdas”.

A previsão é de que o tempo continue seco no Rio Grande do Sul. De acordo com o meteorologista do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) do estado, Flávio Varone, não há perspectiva de grandes melhoras na estiagem. “Por enquanto a tendência é que permaneça baixo o índice de chuva, principalmente na região sul do estado, onde há uma maior deficiência hídrica. Temos previsão de chuva, mas não o suficiente para reverter o quadro”, afirma o meteorologista.

SECRETÁRIO DA CGU FALA SOBRE QUASE 3 MIL DEMISSÕES NO SERVIÇO PÚBLICO

O combate à corrupção e à impunidade na Administração Pública levou o governo federal a punir com expulsão 2.969 agentes públicos, os dados são da Controladoria-Geral da União (CGU) que tem como foco principal a gestão do serviço público. “O combate à corrupção não é feito só para penalizar as pessoas, é feito também porque a corrupção gera ineficiência e prejuízo para o cidadão que quer um serviço público de qualidade”, é o que disse o secretário-executivo da CGU, Luiz Navarro, esta manhã em entrevista ao programa Revista Brasil na Rádio Nacional.

Luiz Navarro explica que várias hipóteses previstas na lei podem resultar na expulsão de um servidor que pratica improbidades no exercício da função. “As mais frequentes são obtenção de vantagens ilícitas para sí ou para terceiros usando o cargo que ocupa, outra improbidade administrativa bastante praticada, é o recebimento de propina”.

De acordo com balanço divulgado ontem pelo órgão, quase 3 mil servidores foram exonerados de seus cargos por corrupção em oito anos. “Não queremos que esse número continue dobrando, porque não é o objetivo da CGU demitir servidores. Acreditamos que em algum momento essa quantidade vai parar de crescer. Então teremos a certeza que estaremos em um ambiente com menos irregularidades”, ressalta Navarro.

O secretário-executivo explica ainda que os processos de expulsão duram, em média, entre um ano e um ano e meio. Muitos buscam o retorno após a exoneração, mas segundo navarro, a taxa de retorno que é uma media de 10% é considerada razoável. “Estamos trabalhando para que o processo seja muito bem feito e não permita nenhum questionamento no judiciário. É preciso respeitar todo direito de defesa do servidor para que o processo não tenha nenhuma invalidação na justiça posteriormente.

Atraso no diagnóstico é desafio para combate à aids no Brasil

Brasília - Entre os desafios do combate à aids no Brasil, está o atraso no diagnóstico da doença. Para o presidente do Fórum de Organizações Não Governamentais (ONG's) Aids do estado de São Paulo, Rodrigo de Souza Pinheiro, ainda faltam informações e campanhas nesse sentido.

Segundo Pinheiro, o Estado cumpre seu papel de certa forma, mas ainda há muitos desafios. “Um deles é a questão do diagnóstico tardio, muitas pessoas ainda demoram para ser diagnosticadas, então acho que deveríamos ter mais campanhas, mais serviços que pudessem atender e conscientizar a população a fazer o teste de HIV”, afirma.

“Outro grande desafio no Brasil é a inclusão de pessoas soropositivas na sociedade. O preconceito com as pessoas que convivem com HIV/aids é muito grande. Uma das questões que temos trabalhado é para que realmente venha a diminuir essa questão do preconceito e da discriminação”.

O Fórum de ONG's Aids de São Paulo tem 122 organizações associadas, mas existem outras entidades no estado que atuam no combate à doença. Elas trabalham em parceria com os municípios, para atender populações que o Poder Público não consegue atingir.

Cada ONG tem um tipo de atuação, algumas trabalham com prevenção, outras com direitos humanos, e o fórum faz um trabalho de articulação de políticas públicas. “Temos uma reunião mensal aqui em São Paulo onde são discutidas as questões prioritárias, como falta de medicamentos, e levamos essas questões ao governo. Temos vários tipos de atuação para melhorar a qualidade de vida das pessoas soropositivas”, relata Pinheiro.
 
De acordo com ele, é importante que as pessoas tenham mais informações sobre a transmissão do vírus HIV. Outra atitude que o fórum está tomando é tentar aprovar na Câmara dos Deputados o Projeto de Lei 6124/2005 que criminaliza a discriminação de pessoas que vivem com o HIV.

“A questão da prevenção também é um grande desafio, principalmente para as populações mais vulneráveis, e o Estado deixa a desejar nesse sentido. Se a gente analisar, no Brasil temos falhado muito na questão do acesso, tanto das pessoas que vivem com o HIV, quanto das demais que precisam do serviço de saúde. Isso é um grande desafio para o governo que está assumindo. É necessário também facilitar acesso aos preservativos e aos testes. Em alguns estados, principalmente do Norte e Nordeste, isso ainda é muito complicado, e é onde a epidemia tem mostrado um nível de crescimento”.

Queda na exportação de carne suína foi compensada com crescimento da venda interna, diz associação

Brasília - O aumento do preço da carne suína no Brasil tem afetado as exportações que caíram 21,2% em outubro em relação ao mesmo mês do ano passado. Para o presidente da Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína (Abipecs), Pedro de Camargo Neto, a queda nas exportações foi compensada pelo crescimento da demanda interna.
“O setor vive um bom momento, os preços estão bons, o produtor consegue fechar as contas com facilidade. O agricultor cresceu de uma forma geral. Apesar de o setor não crescer nas exportações, o mercado interno está muito ativo”, disse em entrevista ao programa Revista Brasil, da Rádio Nacional.
Camargo Neto explicou que um dos motivos para o brasileiro consumir mais carne suína é o preço da carne bovina, concorrente direto, estar cada vez mais alto. “A queda na exportação não significa um prejuízo, o mercado interno está vendendo bastante. Nós poderíamos estar melhor, mas estamos bem, não podemos reclamar”, afirma.
“No exterior, nosso principal mercado importador é a Rússia, ainda somos dependentes deste comprador. A Coreia é a terceira maior importadora de carne suína e temos muito interesse em vender pra lá. O produtor brasileiro não está muito afoito para produzir demais para não acabar perdendo o produto, o que não significa que não estamos crescendo”, ressalta.

Especialista diz que conflitos no Rio têm motivação financeira e não política

Brasília – O autor do livro Guerra Irregular, Alessandro Visacro, associou hoje (26) a série de ataques criminosos no Rio de Janeiro aos prejuízos financeiros e à perda de território de traficantes. Para ele, os motivos dos conflitos não são políticos ou ideológicos. “O que acontece no Rio de Janeiro é que a motivação do conflito não é política e ideológica, a violência está associada simplesmente à obtenção de lucros financeiros decorrentes do tráfico de drogas e de armas”, disse Visacro, em entrevista ao programa Revista Brasil, da Rádio Nacional. A publicação aborda os conflitos modernos como o terrorismo e as guerrilhas urbanas. O especialista destacou que, com o aumento da presença do Poder Público em territórios até então ocupados por traficantes no Rio, os criminosos perderam espaço. “De forma até natural era de se esperar uma ação violenta desses grupos que perdem parte de seu território. Então esse tipo de reação era de certa forma previsível.” Ele defendeu a implementação, pelo Estado, de uma política efetiva de segurança pública. “A longo prazo, o êxito contra a violência urbana está diretamente associado à formulação e implementação de uma política de Estado que hoje no Brasil não existe.” O especialista avalia que as ações de combate à criminalidade adotadas pelo governo do Rio têm recebido o apoio da população. “Porém é necessário tomar cuidado para não extrapolar na resposta, que tem de ser dada de forma proporcional, a fim de não reverter esse apoio popular.”

Santa Catarina livre da febre aftosa

Márcia Prado

O estado de Santa Catarina foi oficialmente reconhecido como área livre de febre aftosa sem vacinação pelo governo dos Estados Unidos. “Não foi bondade dos Estados Unidos abrir o mercado pra gente, foi mérito nosso”, esclareceu o presidente da Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína (ABIPECS), Pedro de Camargo Neto, hoje pela manhã em entrevista ao programa Revista Brasil da Rádio Nacional sobre a decisão americana.

De acordo com ele o Brasil vem pleiteando uma posição de importador, porém os países não aceitam, não respeitam, trabalham numa lentidão inaceitável. “Eles não reconhecem, as vezes por burocracia, as vezes por má vontade, ou ainda por protecionismo. As vezes também é erro nosso por esquecermos o processo lá, a embaixada não dá a devida atenção, mas quando a gente trabalha direito a gente quer ver isso ser respeitado e honrado” reclama.

Segundo Pedro de Camargo esse reconhecimento foi solicitado pelo Brasil em 2007. Foram enviados veterinários para fazer análises em 2008. “Em dezembro de 2008 isso estava concluído mas estava lá engavetado e finalmente quando o governo norte americano foi obrigado a sentar com o Brasil, o governo brasileiro incluiu essa questão da carne suína e nós conseguimos obter essa aprovação”.

“O mercado americano é muito competitivo, eles tem preços semelhantes aos nossos, e nós acreditamos que para os estados unidos, nós vamos exportar pouco, pois esse país não é visto como um grande mercado. Porém a credibilidade que o serviço sanitário americano tem é muito grande, então nós acreditamos que isso terá uma influência, principalmente em países que tem um certo receio em aprovar o Brasil, e agora vendo os Estados Unidos aprovando ficam mais a vontade pra importar daqui.” Afirma o presidente da Abipecs.

Apenas o estado de Santa Catarina foi reconhecido para exportação, e de acordo com o entrevistado, o Ministério da Agricultura tem um serviço de fiscalização que não permite que o Brasil exporte carne suína de qualquer outro estado já que os Estados Unidos só aprovou de um. “Quem vai exportar são as empresas da Abipecs e a gente tem que trabalhar com um mínimo de seriedade, se queremos ter uma credibilidade não podemos mandar carne de outros estados, isso é fraude”, conclui Pedro de Camargo.

MJ INAUGURA NOVO ESPAÇO DE PROJETO PARA RESSOCIALIZAÇÃO DE PRESOS

Márcia Prado

O projeto O Papel da Liberdade, que atende cerca de 60 presos no Distrito Federal inaugurou hoje uma nova sede. O Papel da Liberdade é uma iniciativa do Ministério da Justiça (MJ) para a profissionalização de presos e sua reintegração social.

Durante o evento, o ministro da justiça, Luiz Paulo Barreto, assinou um acordo de cooperação com quatro órgãos públicos, que agora passam a fazer parte da iniciativa. Para o ministro, o envolvimento de outras instituições no projeto representa o sucesso da iniciativa.

A nova instalação conta com salas de aula para a realização de cursos, inclusão digital, além de biblioteca, oficina de reciclagem e espaço e espaço para atendimento psicológico e jurídico. O projeto teve início há 14 anos e, desde então, cerca de 300 presos já foram beneficiados.

O Tribunal de Justiça do distrito Federal (TJDF) vai selecionar presos que cumprem pena em regime aberto e semi-aberto para fazer parte do projeto. O conselho nacional de justiça irá disponibilizar vagas para esses presos e também para aqueles que deixaram o cárcere ou cumprem penas com medidas alternativas por meio do projeto Começar de Novo.

Preconceito nas redes sociais

Denúncias de preconceito nas redes sociais da internet são encaminhadas ao Ministério Público de São Paulo por ONG. Entre os 1.037 perfis denunciados que foram levados a conhecimento do MP está o da estudante de direito Mayara Petruso, 21 anos, que ganhou notoriedade na mídia após publicar no twitter que todos os nordestinos deveriam ser afogados.

A ONG SaferNet Brasil é a primeira organização da sociedade civil focada na defesa e promoção dos direitos humanos. Em entrevista à Agência Brasil nesta manhã, o presidente da organização, Thiago Tavares fala que entre o dia 31 de outubro e 4 de novembro a instituição recebeu por meio do site www.denuncie.org.br mais de dez mil denúncias relativas à usuários do twitter, que espalharam pela rede manifestações de ódio e incitação de violência contra cidadãos de origem nordestina. “Levamos essas denúncias ao conhecimento do Ministério público do estado de São Paulo. Agora estamos na expectativa da decisão deles, de arquivar ou investigar o caso” afirma Thiago.

O presidente da organização diz ainda que a SaferNet tem convênios formais com Ministério Público e Polícia Federal. “Nós recebemos as denúncias, filtramos e encaminhamos para as autoridades com competência pra investigar” conta ele, que diz ainda que, das denuncias recebidas, a maioria diz respeito à crimes sexuais contra crianças e adolescentes como a disseminação de pornografia infantil na internet. “Podemos citar como exemplo a distribuição de imagens contendo cenas de sexo explícito envolvendo menores de idade.” O segundo maior alvo das denúncias são apologia e incitação de crimes contra a vida.

Tavares relata que as pessoas tem que ter consciência que a internet é um espaço público, e que os seus atos na rede geram consequências no mundo real. “A internet não é uma terra sem lei. A violação aos direitos humanos é um crime previsto na legislação na brasileira”. Ele diz ainda que a liberdade de expressão é um direito fundamental e deve ser exercido em sua plenitude, porém esse direito não autoriza o desrespeito, a discriminação, nem a violação à outros direitos humanos igualmente fundamentais. “O direito a igualdade e a liberdade de expressão tem que andar juntos e precisam ser respeitados na sua integralidade. Eu não posso usar a liberdade de expressão para propagar manifestações racistas ou preconceituosas. A internet deve ser usada com ética e responsabilidade”, conclui.

CÂMARA TERÁ UNIDADE MÓVEL PARA DOAÇÃO DE MEDULA ÓSSEA

Márcia Prado

Fazendo parte de um conjunto de ações da Semana de Mobilização Nacional para Doação de Medula Óssea, uma unidade móvel do Hemocentro de Brasília estará na Câmara dos Deputados, quem passar por lá poderá colher sangue e fazer o cadastro de doador voluntário de medula óssea. A unidade ficará próximo à entrada do Departamento Médico hoje e amanhã (15).

A Semana de Mobilização Nacional para Doação de Medula Óssea foi criada pela Lei 11.930/2009, de autoria do deputado federal Beto Albuquerque (PSB-RS) e conta com atividades que serão desenvolvidas em todo o País. Sancionada no dia 22 de abril de 2009, a lei batizada de Lei Pietro tem como objetivo aumentar o número de doadores voluntários cadastrados no Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea (Redome) e prevê que anualmente, de 14 a 21 de dezembro, sejam desenvolvidas atividades de esclarecimento e incentivo à doação de medula óssea.

A Lei Pietro é assim chamada porque a ideia surgiu após o filho do deputado Beto Albuquerque, que levava esse nome, falecer no dia 3 de fevereiro de 2009 depois de 14 meses de luta contra uma leucemia mielóide aguda.

Já é o segundo ano consecutivo que a câmara participa da Semana de Mobilização Nacional para Doação de Medula Óssea, Quem quiser participar do cadastro de doadores nesta terça e quarta-feiras, na Câmara, poderá se dirigir à portaria do Departamento Médico das 8h30 às 12h e das 14h às 17h.
De acordo com a diretora-presidente do Hemocentro de Brasília, Maria de Fátima Brito Portela, essa campanha é importante na conscientização. “Assim como todas as situações que chamem a atenção das pessoas para a doação, esse tipo de mobilização é importante. A Semana alerta as pessoas para essa necessidade de ajudar ao próximo”, afirma.
Segundo ela, estações de coleta móveis como essa que estará esses dois dias na Câmara existem em todo o país.
“Um desafio com relação a doação de medula é que o cadastro de pessoas no Brasil é grande, mas, em função da diversidade é difícil encontrar pessoas compatíveis, por isso é importante essa busca contínua por novos doadores.” Conclui Maria de Fátima.
Só de medula óssea, o número de procedimentos cresceu 57,5%, saltando de 972 (2003) para 1.531 (2009). Essa quantidade considera as três modalidades de transplantes de órgãos: autólogo (com material retirado do próprio paciente), aparentado (com doadores da família) e não-aparentado (doadores voluntários do Redome). Somente no primeiro semestre de 2010 (janeiro – junho) foram realizados 741 transplantes de medula. No mesmo período de 2009 foram 742.
O cadastro também pode ser feito em qualquer unidade do Hemocentro, entre 7h e 18h, de segunda a sábado. Para se cadastrar é necessário ter entre 18 e 55 anos de idade e estar em bom estado de saúde.

CAMPANHA CONTRA EXPLORAÇÃO SEXUAL INFANTOJUVENIL É LANÇADA EM BRASÍLIA

Mobilizar a sociedade para garantir a prevenção da exploração sexual de crianças e adolescentes no turismo, esse é o objetivo da campanha “Um gol pelos direitos de crianças e adolescentes” lançada hoje no Aeroporto Internacional Juscelino Kubitschek em Brasília.

A campanha é fruto de uma parceria do Ministério do Turismo com o Centro de Excelência em Turismo da Universidade de Brasília (CET/UnB). De acordo com a Coordenadora geral do programa turismo sustentável e infância do Ministério do Turismo, Elisabeth Bahia, houve um preparo por parte do MTur para formar multiplicadores da campanha em todo o país.

“A campanha está sendo lançada simultaneamente em todas as cidades que sediarão os jogos da copa de 2014 e ainda João Pessoa na Paraíba. Também estamos divulgando nas mídias sociais. Só no Twitter, por exemplo, temos mais de seis mil seguidores desde a semana passada que foi quando começamos a divulgar por esses meios.”

A coordenadora afirma ainda que os gastos totais com a campanha em todo país devem chegar a R$ 3,7 milhões. Já em relação à dados estatísticos, ela diz que não há pesquisa no ramo. “Nós nos baseamos nos dados do Disque Denúncia. Então não temos uma base até porque, um alto número de denúncias não significa que determinado estado sofre mais com esse tipo de violência e sim que o trabalho e o número do Disque Denúncia estão sendo bem divulgados”, afirma.

O Disque Denúncia (disque 100), recebe por dia, cerca de 90 denúncias em todo o país referentes a exploração sexual de crianças e adolescentes.

A auxiliar sindicalista Ivany Maria de Jesus é brasiliense e diz que campanhas como essa são sempre um avanço ela acredita que isso aumenta a conscientização das pessoas tanto no que se refere a prevenção, como em denunciar. “Eu acredito que será difícil o governo conseguir fiscalizar na íntegra esse tipo de crime durante a copa”, conta.

Já para a estudante de Goiânia, Jéssica Xavier de 16 anos a campanha não é suficiente para erradicar a exploração no Brasil mas é um bom começo. “Deveria haver uma maior atuação do governo, principalmente em tempos de Copa pois receberemos muitos turistas que ainda acha que criança é produto de comércio”, ressalta Jessica.
Márcia Prado

O Ministério da Pesca e Agricultura (MPA'), entregou hoje 50 caminhões que atenderão piscicultores de todo o País. Cada veículo é projetado para armazenagem e comercialização de pescado e faz parte do Programa Peixe nos Bairros cujo o maior objetivo, segundo o ministro Altemir Gregolin é aumentar o consumo de pescado. O investimento do MPA foi de R$237.000 em cada caminhão, quase R$ 12 milhões no total.
“A meta para os próximos anos é chegarmos a 200 veículos desses distribuídos pelo país, o objetivo é ampliar o consumo e garantir renda para os pescadores. A ideia é eliminar a figura do atravessador que quem ganha para levar o peixe do pescador ao comércio fazendo com que o valor do produto que chega ao consumidor seja mais alto. É reduzir o grau de intermediação.” Diz o ministro.




Segundo ele 23 estados estão sendo beneficiados nesta primeira etapa. A seleção dos municípios beneficiados foi feita por meio de edital, priorizando aqueles com mais habitantes. “Foram selecionados apenas os municípios com mais de 120 mil habitantes. Cada caminhão suporta até 6 toneladas de peixe e serão utilizados não só para o transporte mas também para a venda de pescado”.
O prefeito de São Luís (MA), joão Castelo, conta que os veículos irão beneficiar os pescadores mais humildes que comercializam o produto e que serão usados em feiras livres da cidade. “Seremos beneficiados com um veículo, não acho o suficiente pois temos mais de um milhão de habitantes para atender e cerca de mil pescadores apenas em São Luís. É um bom avanço mas, sem dúvida, precisamos de mais de um”, explica o prefeito que diz também que antes o transporte de pescado era feito em caixas de isopor com gelo. “Agora com essa aquisição, esperamos comercializar de forma correta para que o peixe esteja com mais qualidade, o que garante um produto altamente saudável”, ressalta o prefeito.
Roberto Sobrinho é prefeito de Porto Velho (RO) e ressalta que ações como essa contribuem para aumentar a renda dos pescadores da região, e também aumentar o consumo saudável de peixe.

ACNUR BRASIL PUBLICA CARTILHA SOBRE DIREITOS DA MULHER

Márcia Prado

“O Brasil apresenta estatísticas preocupantes da questão da violência contra a mulher. Em relação à óbitos
é varias vezes superior ao observado no continente europeu. De acordo com um levantamento do DATASUS, em 10 anos nós tivemos uma media de 4,2 óbitos (assassinatos) de mulheres por 100 mil habitantes enquanto na europa é 0,5.” Contou esta manhã em entrevista ao programa Revista Brasil da Rádio Nacional, o coordenador no Brasil do Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/AIDS (UNAIDS), Pedro Chequer.

Ele explicou também que há uma relação entre a violência e a infecção pelo HIV. “A violência aumenta a vulnerabilidade da mulher a infecção pelo HIV. O tema não é suficientemente discutido na sociedade. Apesar dessa situação de relativo controle, a Aids no Brasil ainda é um problema importante. A percepção que temos é de que o problema está solucionado, mas o que existe é um maior controle da situação. ”.

Outro problema segundo Pedro Chequer, é que muitas vezes a mulher é violentada e não entende isso como violência. “Existe uma cultura, no Brasil e em alguns países da América latina e África de que a mulher merece realmente sofrer esse tipo de agressão que não é visto assim, às vezes, pela própria mulher. A cartilha publicada pela ACNUR Brasil procura estabelecer esses parâmetros e incentivar o acesso aos direitos dessas mulheres.

Desenvolvida no marco da iniciativa Amazonaids Mulheres do programa conjunto das Nações Unidas sobre HIV/AIDS, a cartilha Direitos da Mulher é resultado de uma parceria entre ACNUR, UNAIDS, UNFPA, UNIFEM e OPAS/OMS e busca informar as mulheres sobre as diversas situações de violência de que podem ser vítimas e como se prevenir e buscar ajuda. Também explica os direitos sexuais e reprodutivos e as formas de prevenção ao HIV/AIDS e a outras doenças sexualmente transmissíveis.

A cartilha será distribuída, à princípio, no Amazonas, Bahia e nas coordenações municipais e estaduais de Aids e também nos pontos de referência da Secretaria de Políticas Públicas para as Mulheres. O material também está disponível em vários sites, como o da ONU, e o da ACNUR.

Brincadeira de gente grande

Considerado ilegal, o jogo do bicho tem apostadores fieis e bancas em todo o Brasil

Márcia Prado

A maioria dos apostadores de uma das mais tradicionais e populares loterias brasileiras são pessoas com mais de 40 anos e aposentados, segundo Helenete Luiza Ferreira, que faz jogos em seu salão de beleza na cidade de Valparaíso. “São pessoas que comparecem à banca em media oito vezes ao dia para jogar ou apenas conferir o resultado”, diz Helenete. Os sorteios acontecem todos os dias. As apostas tiveram origem no início do período republicano. Não existe quantia mínima a ser apostada e o valor do prêmio é baseado no valor arriscado. A maneira de apostar e a quantia a ser ganha dependem da modalidade que o jogador escolheu. Podem variar desde milhar na cabeça, tipo de aposta em que o jogador pode ganhar até 4 mil vezes o valor apostado, ou mesmo o chamado grupo em que se paga normalmente até 15 vezes o valor da aposta. “Mesmo estando contra a lei os jogos acontecem normalmente e o número de apostas é grande”, afirma Helenete. Segundo ela, a cidade de Valparaíso tem em média 50 pontos de jogos. Que faturam, por dia, um valor aproximado de R$ 100 mil com as apostas. Ela fala ainda que o valor de jogo varia bastante. “O mínimo apostado geralmente é de R$ 1, mas não tem valor máximo”, diz. Os sorteios acontecem em quatro horários: Às 11h há o sorteio local. Já o das 14h, 18h e o das 21h (também conhecido como corujinha) são nacionais. “O cambista ganha 20% de tudo que foi apostado em sua banca”, diz ela. Quanto ao prêmio, Helenete afirma que, quando o valor é muito alto, a aposta é dividida em várias bancas, para que, se o apostador ganhar, a banca não sofra sozinha o prejuízo. “O pagamento de valores muito altos não é feito à vista. Os prêmios aqui na banca já chegaram a R$ 150 mil. Nesses casos, é pago uma parte à vista, em dinheiro, e o restante através de cheque ou depósito bancário na conta do apostador”. Ronaldo Fernandes se considera um viciado no jogo. Arrisca em pelo menos três horários por dia. “Quando não tenho dinheiro, procuro moedinhas e jogo apenas centavos. Mas quando tenho, chego a colocar R$ 7 em uma única aposta”. Fernandes costuma apostar número de telefones e, como é mecânico, tenta a sorte também jogando os números de placas de carro que conserta. Há pessoas como Nilton dos Santos que jogam no horário de trabalho. “Como me baseio em sonhos, tento jogar sempre pela manhã, antes mesmo de ir trabalhar, para não correr o risco de esquecer o sonho da noite anterior. É ilegal, mas é bem organizado”, afirma. Já Marizane de Fátima chega à banca, e ao perguntar qual bicho está com mais apostas, formula seu jogo. “Não vejo nada de errado com o jogo, é como outro qualquer. Não passo um dia sequer sem jogar. Uma hora a sorte bate na minha porta”, diz ela. “Desde a primeira vez que ganhei, não consegui mais parar de jogar”, conclui. História do jogo: O barão de Drummond, João Batista Vianna de Drummond,era proprietário do jardim zoológico de Vila Isabel, no rio de janeiro, a verba que ela usava para manter o zoológico foi cortada e foi então que ele inaugurou em 1983 o jogo do bicho. Inventado pelo Barão de Drummond, em 1888, para ajudar a manter o Zoológico do Rio de Janeiro, o Jogo do Bicho logo se espalhou pelo país inteiro. Os 25 bichos, organizados numa precária ordem alfabética e as combinações de seus números (dezenas, centenas e milhares) dentro de pouco tempo começaram a ser vendidos nas regiões mais distantes e nas capitais mais desenvolvidas do país. O barão de Drummond nasceu em Itabira do Mato Dentro, interior de minas gerais em primeiro de maio de 1825. Foi por meio da idéia de um mexicano Manuel Ismael Zevada, que o barão criou o jogo mais discutido do Brasil. Nos ingressos do zoológico vinha impresso um bicho, se esse coincidisse com o que seria exibido em um quadro, determinadas horas depois, o dono do ingresso ganhava 20 mil reis. O jogo foi estendido a todo território nacional. O jogo do bicho é uma loteria muito popular no Brasil, a estimativa é de que 10 milhões de brasileiros façam apostas com freqüência e segundo Jose Petros falou a revista época em 1993, o jogo do bicho empregava cerca de 60 mil pessoas na época das facilidades dada pelos governos Brizola e Moreira Franco. Conforme o jogo foi crescendo, surgiram tentativas de ilegalizá-lo. A primeira legislação com o objetivo de desarticular o jogo do bicho, foi o decreto de nº 126 que proibia as loterias e rifas. Legalização: O decreto de lei n 9215, de 30 de abril de 1946, da lei de contravenções penais colocou o jogo do bicho na ilegalidade. Várias tentativas de legalizar o jogo foram feitas, entre elas um projeto de lei, no Senado Federal, que está em posse do Senador Romero Jucá. Há também o projeto de Lei da Câmara nº 91 de 1996, de autoria do Deputado José Fortunati, que fala sobre a legalização da prática de jogos de azar e dá outras providências. Tem como relator o senador Edison Lobão. Roberto da Matta defende que o jogo do bicho faz parte da cultura e da historia brasileira em seu livro águias, burros e borboletas, um estudo antropológico do jogo do bicho. UMA LEGALIZAÇÃO POLÊMICA CONTRA:
“À sombra dos cassinos surgirão esquemas de sonegação de impostos, lavagem de dinheiro e contrabando” – (Everardo Maciel, secretário da Receita Federal)”Os cassinos não resolvem nem resolverão o problema do turismo no Brasil” – (Caio Luiz de Carvalho, presidente da Embratur)
“O ambiente dos cassinos é sempre deletério. Favorece a vida noturna e abre as portas para a dissolução dos costumes” – (Dom Lucas Moreira Neves, presidente da CNBB) A FAVOR:
“Dependendo dos critérios utilizados para a legalização dos cassinos no Brasil, sou favorável à implantação dessas casas de apostas” – (Fred Loyo, presidente da Empetur)
“Ano passado, o Brasil recebeu 5 milhões de turistas, enquanto Las Vegas, com seus cassinos, atraiu 35 milhões de turistas ” (Senador Edison Lobão ? PFL/MA)
“A clandestinidade e a ilegalidade é que são parceiras do crime, da prostituição e das drogas” – (Senador Gilberto Miranda ? PFL/AM).
Do site Boletim Novidades Lotéricas (BNL)

Últimas novidades de agropecuária expostas em feira

Ciência para a vida chega à sétima edição trazendo ao público tecnologia e pesquisas do setor

Márcia Prado

Vaca fruto de clonagem e produção de biodiesel ao vivo são apenas duas das muitas curiosidades apresentadas na 7ª edição da Ciência para a Vida cuja intenção é mostrar resultados de pesquisas que visam melhorar a vida no campo e na cidade. A exposição é realizada pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) em conjunto com as organizações estaduais de pesquisa agropecuária (Oepas) e alguns parceiros a cada dois anos. O evento faz parte da comemoração dos 37 anos da Embrapa. Nos espaços de interação para crianças, o intuito é fazer com que elas entendam e passem a gostar de ciência. É o que diz o assessor da Embrapa Breno Lobato. Segundo ele, a Embrapa aguarda para visitas guiadas (já agendadas) 25 mil crianças, a maioria de escolas públicas. Em 2008, na edição anterior, a exposição recebeu 55 mil pessoas. Para este ano a expectativa e de pelo menos 60 mil visitantes. Na área externa estão expostas 152 tecnologias desenvolvidas pelas empresas organizadoras do evento. Já na área interna são 50 stands onde estão representadas unidades da Embrapa de todo o Brasil. “É uma oportunidade pra conhecer os avanços da agropecuária. Podemos ver, durante a feira, esses avanços nas coisas que consumimos no dia a dia, vestimos ou no combustível que abastece os automóveis” diz Lobato. Quem visita a feira também pode acompanhar a produção do biodiesel. “Esse combustível antes era produzido com o metanol, o que causava, além de danos ao meio ambiente, danos à saúde também. Agora estamos testando com o etanol que não e tão tóxico, além de ser produzido em larga escala no Brasil”, afirma Poliana de Souza do setor de agroenergia da Embrapa. Serão lançados este ano 15 novos produtos agropecuários provenientes de pesquisas como arroz híbrido, bioinseticida para controlar os mosquitos borrachudos e inofensivo à saúde humana, de animais e ao meio ambiente, além de sistemas de compostagem, produção de patês e conservas de tilápia, entre outros. Para quem gosta de música, o evento também conta com shows da Orquestra Paulistana de Viola Caipira, de George Durand e Banda, e de Reinaldo Cordeiro. Já para quem gosta de cozinhar, o evento oferece oficinas de culinária, com receitas de pratos saudáveis típicos da culinária brasileira. A exposição cede espaço para o ministério da agricultura pecuária e abastecimento homenagear os 150 anos e comemora os 50 anos de Brasília por meio de canteiros vivos com os temas representados no solo onde também são encontrados desenhos inspirados na obra do artista plástico Athos Bulcão. Os canteiros vivos fazem parte da vitrine de tecnologias. Edmilson Cassetari visitou a feira e elogiou a Embrapa pela atitude “É empolgante, principalmente para quem trabalha na área, acho o tema legal e importante” diz.
Também visitante da exposição, José Carvalho marca presença pela terceira vez consecutiva. “Trabalho com agronegócio e por isso me interesso pelo assunto”, afirma. Carvalho sempre aproveita para adquirir obras de seu interesse na livraria da Embrapa, que fica no Espaço.Com.Ciência, um dos setores da feira. O apicultor Manoel Silva. e o sócio José Gomes expõem e vendem o mel produzido na pequena empresa deles na exposição. Silva afirma ter uma boa expectativa para a visitação em função do conceito que tem a Embrapa na área de pesquisa. “É sem dúvida uma excelente maneira de apresentar novos produtos”, diz. Segundo ele é uma boa oportunidade de mostrar a importância da abelha no contexto da agricultura e no equilíbrio do meio ambiente. A baiana Carmosina dos Reis de Assis participa desde a primeira exposição e adora a oportunidade. Carmosina é expositora e aproveita para vender seus produtos. “A feira tem uma ótima estrutura. E como foi bem divulgada nossa perspectiva de venda é boa”. O objetivo da feira é pesquisar para transformar o mundo. A visitante Mariana Castanho diz que qualidade de vida para o futuro é um tema muito importante “Quem sabe um dia a gente consiga preservar o meio ambiente como demonstrado aqui”, fala. “Os produtos são fantásticos. É uma pena que o acesso não é pra todos, porque tudo que é pesquisado na Embrapa, quando vendido, é bem caro,” conclui.

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Bolsa Atleta abre inscrições para atletas da capital

 As federações indicam e o auxílio pode chegar à R$ 2.500 ao mês

Márcia Prado

Além de disciplina e dedicação, ser atleta profissional exige gastos. Pensando nisso, a Secretaria de Esportes em parceria com o Governo Federal criou em o Bolsa Atleta, programa administrado pelo Ministério do Esporte. Os atletas que não possuem patrocínio já podem se inscrever para concorrer ao benefício em 2011. Somente aqueles que praticam esportes olímpicos podem se candidatar. As inscrições podem ser feitas nas federações até o dia 30 deste mês.

O programa atende atletas de 16 modalidades diferentes que são divididas em quatro categorias: estudantil, estadual, internacional e olímpica.

Ângela Vieira participa do programa Bolsa Atleta desde 2004. Formada em administração, a jogadora de vôlei de praia que representa Brasília no nacional, também é atleta internacional e recebe a bolsa de valor maior. Ângela diz que os gastos, principalmente com as viagens internacionais são muitos, e ela não conseguiria arcar sozinha, já que largou a profissão de administradora para se dedicar ao voleibol. “A bolsa atleta me dá um suporte principal. A federação nos apoia cedendo espaço, material e nos indicando, mas os maiores gastos saem do nosso bolso, por isso esse benefício é tão importante”, conta.

A atleta diz que o principal gasto é com passagens e com a equipe (técnicos, massageadores, boleiros), “A bolsa ajuda muito, mais ainda não é suficiente”, protesta a jogadora, que fala ainda que se o atleta acredita em sí e tem potencial, precisa trabalhar para alcançar os objetivos. “O atleta tem que fazer sua parte, do contrário de nada vai adiantar o auxílio do governo. Ele tem que deixar de lado festas e cuidar do corpo, da alimentação, do preparo físico e treinar muito”, conclui.

A BOLSA

A bolsa, que pode variar entre R$ 300 e R$ 2.500 (de acordo com o nível de competição), tem o intuito de garantir a manutenção pessoal dos atletas e suprir despesas pessoais ligadas ao esporte, tais como material, alimentação, transporte, e acompanhamento médico. Para se inscrever é necessário ter no mínimo 12 anos e morar à pelo menos três no DF, além de estar praticando regularmente o esporte. As federações buscam atletas com reais chances de medalhas.

De acordo com Raphael Souza, da gerência do Bolsa Atleta em Brasília, a duração do auxílio é de seis meses, podendo ser renovada ou cancelada antes do tempo pela federação correspondente ao esporte praticado. “O beneficiado também poderá ser substituído pela própria federação levando em conta o rendimento”, conta Raphael. Ainda segundo ele, em média 115 bolsas são distribuídas mensalmente para os atletas daqui. “O atleta é federado de acordo com a modalidade dele, quando ele se destaca, a federação indica ele através de um ofício enviado para nós”, Completa.

O ato de assinatura do termo de adesão ao programa está marcado para o dia 17 de dezembro, para que os atletas comecem a receber o benefício já no mês de janeiro de 2011.




ATLETAS PARAOLÍMPICOS

Raphael Souza afirma que em Brasília esse benefício ainda não atende atletas paraolímpicos, porém já está em votação na Câmara Legislativa uma proposta que visa beneficiar esses atletas.

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Preocupação para moradores das áreas de risco

Defesa Civil alerta para possíveis problemas que surgirão com as chuvas

Márcia Prado

Segundo o Major Alexandre Athaídes da Defesa Civil, hoje o Distrito Federal tem 26 áreas de risco que estão sendo monitoradas 24 horas pelo órgão. “Os principais locais de risco ficam na Ceilândia, em Sobradinho, Planaltina e Núcleo Bandeirante”, afirma. Algumas residências foram notificadas por fiscais. Porém os moradores não quiseram se retirar, “A Defesa Civil capacitou algumas pessoas para identificar possíveis desabamentos e nos informar de imediato caso algo aconteça”, conta o major.

Chuvas torrenciais sempre podem causar alagamentos, porque o volume de água é muito grande, situação que é agravada pelos lixos jogados em locais indevidos e que entopem as saídas de escoamento da água.

Ao ser questionado quanto ao que esses moradores devem fazer, o major diz que a função dos moradores é comunicar a defesa civil qualquer alteração no solo ou paredes. “Fizemos uma varredura e ao primeiro sinal de um possível alagamento iremos retirar as pessoas do local É importante que, mesmo as pessoas que não residem nessas áreas citadas fiquem atentas caso a moradia apresente rachaduras ou erosões no solo, e sendo assim, entrem em contato com a Defesa civil para orientação”, conclui.

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

CRIANÇAS DISCUTEM MUDANÇAS CLIMÁTICAS NO BRASIL E NO MUNDO

Começa hoje (6) o encontro “Mudanças Climáticas: nossa vida está em jogo”, que reúne no Centro Cultural de Brasília 35 crianças de vários lugares do país para discutir efeitos das mudanças climáticas em todo o Brasil. O evento realizado pela Coordenadoria Ecumênica de Serviço (CESE) terá fechamento no dia 8 quando as crianças, que tem de 11 a 16 anos, irão ao Congresso Nacional pela manhã para participar de uma reunião com a comissão de meio ambiente.
De acordo com o organizador do encontro Adriano Martins, as crianças de comunidades tradicionais, indígenas, quilombolas, sem-terra, do semi-árido, das grandes cidades, Cerrado e Amazônia, foram selecionadas de acordo com a diversidade cultural e étnica. “Nossa intenção, além de buscar diversidade foi o foco em crianças de comunidades que mais serão atingidas pelas mudanças climáticas”, afirma.
“A intenção de promover esse encontro é proporcionar um intercâmbio entre crianças e adolescentes para debater o impacto das mudanças climáticas em todos os estados no mesmo momento em que acontece a Conferência do Clima no México. Aqui, as crianças se reunirão para pensar o futuro. É importante lembrar também que essas crianças já tiveram uma certa preparação em seus estados para discutir o tema.” Conta o coordenador do evento.

domingo, 3 de outubro de 2010

Quilombolas têm 200 anos de tradição

Povoado de remanescentes de escravos luta para manter a história

Márcia Prado

Manter a história dos quilombolas viva e cultivar a agricultura existente há cerca de 200 anos. Esta é a intenção dos poucos quilombolas que ainda restam e mantém a tradição do povoado localizado na zona rural da Cidade Ocidental (GO). A área faz divisa com o Distrito Federal e com os municípios goianos de Luziânia e Cristalina. O povoado possui hoje cerca de 1,2 mil habitantes. Em 19 de maio de 2006, foi emitida a certidão que define as terras do bairro. O Povoado Mesquita existe há cerca de 200 anos e sua história está associada à uma doação de terras feita a três escravas da Fazenda Mesquita. A comunidade quilombola foi indicada pela Fundação Cultural Palmares, entidade vinculada à preservação de manifestações culturais afro-brasileiras, segundo a secretária da Associação de Moradores do Mesquita, Luza Costa. “Os trabalhos com a agricultura não são suficientes para manter a população. Como a localização do povoado é próxima à cidade, os moradores saem de casa pra trabalhar em casas de família, o que quebra a tradição que deveria ser mantida”, diz. Luza diz ainda que nem todo o povoado se reconhece como descendente de escravo. “A população foi ocupando pouco a pouco as terras que foram herdadas”, diz. Porém o governo federal tentará regularizar a situação para conservar a história do lugar. “Os remanescentes de quilombo continuarão com suas terras. Já aqueles que compraram terras nos últimos tempos terão que sair e receberão uma indenização, pois o governo quer manter a história do povoado que foi reconhecido há pouco tempo. Agora, apenas os descendentes de escravos terão direito as terras”, afirma. Mauro Melo é morador do povoado e pertence à segunda geração de quilombola. Com 84 anos de idade, Melo sobrevive do cultivo de marmelo e da produção do doce que aprendeu a fabricar aos 18 anos com os pais. Segundo Ângela Melo, esposa de Mauro, seus pais eram escravos. Os dois moram no povoado desde que nasceram, “As pessoas da cidade chegaram aqui e compraram uma boa parte das terras por um valor muito baixo”, afirma Ângela, que explica, ainda, que recebeu dos pais como herança dez alqueires de terra. Porém, hoje, sua propriedade não chega à metade do que era antes. Marcelo Melo é filho de Mauro e diz que o pai se revolta ao ver o desmatamento que acontece nas terras do povoado. “Há um tempo atrás a prefeitura vendeu um terreno para a construção de um loteamento, a construtora desmatou toda a área, o local onde foi autorizado o desmatamento pertence a comunidade quilombola”, diz ele. João Antônio Pereira, presidente da Associação Renovadora dos Moradores e Amigos do Mesquita (Areme), diz que a comunidade produz, há mais de 150 anos, marmelo e goiaba além de fabricar artesanalmente marmelada e goiabada seguindo a receita e modo de fazer herdadas das gerações anteriores, que ainda hoje preservam esta herança econômica, histórica e cultural. Os habitantes faziam seus produtos e vendiam em Luziânia (GO). Compravam o que não podiam produzir, vivendo assim até meados da década de setenta, quando começou a ocupação da região próxima ao povoado, Cidade Ocidental e Valparaízo de Goiás. O povoado tem eventos culturais como a festa do marmelo, a dança catira (tradição mantida desde o surgimento do povoado), bailes, além da tradicional festa do divino. A cultura do marmelo na comunidade Mesquita vem do século XVIII. Sabe-se que a tradição foi trazida por três escravas libertas, vindas de Portugal com a receita. Seus descendentes seguiram a fabricação artesanal da marmelada. As primeiras mudas de marmelo foram doadas por americanos para o Brasil, segundo a dona de casa e descendente da segunda geração Aparecida Pereira Braga. “Hoje em dia apenas quatro famílias vivem do cultivo de marmelo”, afirma.Adelina Pereira Batista pertence à terceira geração de escravos e organiza em sua casa a festa do Divino Espírito Santo. “As pessoas vêm em cavalgada da cidade até aqui, onde nós preparamos comidas”.

sábado, 3 de julho de 2010

Aprovada hoje na Câmara reforma no código florestal

Em meio aos debates, venceram os ruralistas

Márcia Prado

Discussões, debates e opniões fizeram parte da sessão plenária para votar uma reforma no projeto de lei 1876/99, que alteram o Código Florestal (Lei 4.771/65). Uma das discussões, foi iniciada quando o deputado Luis Carlos Heinze (PP-RS), da bancada ruralista, disse que o deputado Sarney Filho (PV-MA), da bancada Ambientalista, era “filho do maior entreguista da história do País”. Sarney Filho pediu respeito. Mas a confusão já estava formada e os outros parlamentares tiveram que intervir.
Apresentado no início de junho, o relatório retira a obrigatoriedade de reserva legal para as pequenas propriedades conservarem a biodiversidade, exclui os topos de morro das Áreas de Preservação Permanente (APPs), entre outras modificações.
Conforme relatório preliminar, os estados e o Distrito Federal poderiam reduzir pela metade a área de preservação permanente nas margens de rios e lagos. Essa parte foi modificada. O debate sobre o novo código está na Câmara dos Deputados desde setembro do ano passado. A proposta é regulamentar o uso de terras produtivas.
O relatório aprovado ao fnal por 13 votos a 5 elimina a regra para áreas urbanas, corrige o cálculo das reservas legais nas grandes propriedades, e excluir a prerrogativa antes dada aos estados para decidirem sobre a redução de até 50% das APPs.

A candidata à presidência pelo PV, Marina Silva, assim como os outros ambientalistas presentes, lutou contra a aprovação da reforma e afirma que continuará lutando quando o projeto passar a tramitar na casa.

Falta de qualificação profissional gera desemprego

Nas agências de trabalho do DF não faltam vagas

Márcia Prado

A falta de qualificação profissional é a grande preocupação de vários setores da economia. Muitas áreas estão com vagas abertas e não conseguem suprir a carência porque os candidatos, muitas vezes, não têm aptidão necessária para o cargo pretendido. Um grande exemplo de mercado em que sobram vagas é a construção civil. Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o setor respondia diretamente por 6,7% do total de pessoas trabalhando no país. Mesmo com alto índice de desemprego na capital do país, sobram vagas em áreas que não tem a profissionalização necessária. É o que dizem as pesquisas realizadas pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). O principal setor a sentir essa falta será o de comércio e reparação, em que se concentram os serviços de manutenção em geral.
Antônio Damas participa do Plano Setorial de Qualificação (Planseq), que é um programa federal destinado à qualificação de mão-de-obra, para famílias que recebem o Bolsa Família. “Espero ter um amplo mercado pra trabalhar pois estou me qualificando na área de construção civil que é onde está precisando”, afirma.

Em todo o Distrito Federal tem há escolas técnicas funcionando. Elas oferecem cursos profissionalizantes de graça para a população. A seleção é feita por um processo classificatório, parecido com o vestibular. Isso acontece porque a procura é maior do que o numero de vagas oferecidas.

O motivo principal para as sobras de vagas é a falta de qualificação da mão de obra, baixo nível de escolaridade, carência de preparo técnico e pouca experiência, segundo levantamento da Secretaria de Trabalho do Distrito Federal (STDF). Segundo a STDF faltam profissionais na área de marcenaria, padaria, hotelaria, construção civil, tecnologia da informação e até serviços domésticos. Mais Informações: Escola Técnica de Brasília QS 07 – Lotes 02/08 Av. Águas Claras – Vila Areal ? Taguatinga -DF CEP 72030-170 Telefone: 3356-3939 Site: www.etb.com.br Escola Técnica de Ceilândia QNN 14 Área Especial ? Ceilândia Sul ? Distrito Federal CEP: 72220-140 Telefone: 3376-5217/3376-5196

“INVEJA E FAMA: É ISSO QUE A GENTE AMA” (a história de um pichador)

Márcia Prado



Uma das frases prediletas e criadas pelo garoto, agora com 20 anos mas, que entrou pro mundo da pichação aos 11.Época em que conheceu uma gangue e isso lhe subiu à cabeça. Aos 11 anos Tiago* conheceu um rapaz, líder de uma gangue que,na época ainda estava se formando. A GSL (grafiteiros sem lei), ele, então, junto com seu irmão de apenas 9 anos,entrou na onda da gangue que pichava muros e procurava brigas afim de divulgar a gangue e conseguir fama.
Em casa nada mudou. Ao saírem na madrugada pra fazer as pichações a mãe achava que eles estavam em festas ou jogando vídeo game na casa de amigos.
Foi nessa época que inspirado num biscoito que adorava (o Bono) ele criou seu nome artístico “BONOS”.
A partir de então todo dinheiro que tinha em suas mãos economizava com o intuito de comprar as tintas em spray, naquela época seu pai faturava bastante. Foi comprando latinhas de spray e colocando seu nome juntamente com o de seus colegas nas paredes da cidade que conseguiu uma fama rápida e duradoura, conseguiu também o amor de alguns e ódio de muitos (principalmente os que tinham os muros de suas casas e comércios rabiscados).
Junto com a fama veio também as intrigas por espaço, como os cachorros fazem , porém, ao invés de xixi usavam suas pichações com letras cada vez mais elaboradas para demarcar território. E com isso vieram as brigas, prisões e até mortes de amigos e inimigos.
Após mais ou menos 5 anos,em 2002 os doi amigos que eram os líderes da gangue foram presos (e estão presos até hoje) , então o terceiro líder dessa gangue (à essas alturas já conhecida em todo o DF e entorno, sem dúvida uma das maiores) que era o BONOS assumiu a liderança decidindo quem entrava e quem saía na galera. Conquistando assim mais fama ainda e inimigos então nem se fala.
Fato esse que facilitou sua vida amorosa e dificultou sua vida profissional.
Em 2006 começou a trabalhar em uma loja no shopping, certo dia seus inimigos descobriram. Não deu certo, aglomeraram-se na porta da loja e antes mesmo da loja fechar o “pau quebrou”.
Tiago* perdeu o seu emprego, mas isso não impediu de continuar com o vício de pichar pois a fama que isso lhe trazia era muito satisfatória. Desempregado, tinha mais tempo para reunir gsl’s de todo DF e entorno.As reuniões aconteciam na torre de TV e em cada uma delas compareciam cerca de 200 pessoas todas da gangue.
A essa altura ele já não precisava comprar suas próprias latas, sequer roupas, devido a fama e o poder, seus fãs que queriam entrar pra gangue em busca de fama lhe davam como espécie de pedágio tintas em spray, roupas, tênis de marca, e até mesmo dinheiro.
Durante todos esses anos ele esqueceu o futebol, teve um filho, o qual apelidou de bonym, dedicando a ele pichações. Graças ao filho o pai maneirou com esse negócio de gangue. Até porque foram incontáveis as pessoas que queriam sua cabeça. Que iam de simples rivais ao prefeito da cidade e quase todos os policiais. Em uma entrevista com ele, me disse ter parado ,apesar de que queria mesmo parar só com uns 35 pois alega querer sair pra pichar junto com o filho.
Ma Tiago* não tinha só defeitos era super carinhoso e, segundo a mãe até chora por ficar longe do filho. Ele é muito machista e de personalidade forte. Diz ela.
Apesar de conhecido e famoso no mundo da pichação no DF todo, ele vive uma vida normal apesar de alguns policiais até hoje estarem atrás de descobrir seu verdadeiro nome, coisa que poucos sabem.
Tiago* gostava de colocar frases polêmicas e provocativas em suas pichações como: ”Picasso morreu, agora o artista sou eu”. E “sua inveja é meu ibope”.
Só quem entende de pichação e já passou por isso entende por que esse garoto tão inteligente perdeu tantos anos da sua vida com isso chegando até a ser preso.
Hoje ele trabalha, fica com o filho nos fins de semana, mas sempre vai ser reconhecido e lembrado como BONOS.

sábado, 10 de abril de 2010

Receita Federal adia prazo para declaração e pagamento do ITR

Márcia Prado

Antes com limite de pagamento até o mês de agosto, O Imposto Territorial Rural (ITR), teve seu prazo adiado nesse ano. A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) realizou no dia 21 de setembro, uma conferência via web para sanar dúvidas sobre a declaração do Imposto Sobre a Propriedade Territorial Rural.

O Imposto Territorial Rural é uma tarifa que têm como base o valor do terreno limpo, ou seja, é calculado de acordo com a área do terreno e de acordo com o valor de mercado, independente do que tiver plantado nele. Quem diz o tamanho do terreno e calcula o valor que têm que pagar, é o proprietário das terras.

A declaração, que tem apresentação obrigatória e deverá ser entregue à Receita Federal até o dia 30 desse mês, está à disposição no site www.receita.fazenda.gov.br. Ou mesmo nas agências do Banco do Brasil ou da Caixa Econômica Federal, ou em formulário, nas agências dos Correios, onde o custo é de R$ 5. A entrega do documento após o prazo, está sujeita à multa de 1% ao mês. O valor da multa não ode ser inferior a R$ 50.

Proprietários que não apresentarem a declaração e efetuarem o respectivo pagamento, não poderão tirar a Certidão Negativa de débitos, documento indispensável para registro de uma compra e/ou venda de propriedade rural e na obtenção de financiamento agrícola.

É sempre válido lembrar que o ITR não se refere à pessoas físicas ou jurídicas, sendo assim, esse fator é indiferente no processo de avaliação de valor.

sábado, 3 de abril de 2010

EX-SECRETÁRIA NACIONAL DE JUSTIÇA FALA SOBRE CAÇA A TRAFICANTES

Márcia Prado

As autoridades estão preocupadas com o destino dos traficantes que estão sendo expulsos das comunidades do Rio de Janeiro. A ex-secretaria nacional de justiça, Elizabeth Sussekind, que é também coordenadora do Núcleo de Estudos sobre Justiça Criminal e Segurança Pública da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO) afirma que a população tem um papel fundamental de participar da sua própria segurança, inclusive controlando os abusos praticados de ambos os lados. Uma forma de fazer isso, segundo ela, é ajudar a polícia a identificar a localização dessas pessoas que estão sendo procuradas. “Lamentavelmente os retratos dessas pessoas não está sendo divulgado, somente os mais conhecidos da população podem ser identificados”, reclama ela.

As polícias do Brasil inteiro estão muito preocupadas com a questão da fuga dos traficantes do Rio de Janeiro, o medo é que eles migrem para outros estados. A Polícia Rodoviária Federal está tentando tomar medidas de contenção nas fronteiras estaduais afim de que isso não aconteça. Segundo Sussekind, em entrevista ao programa Revista Brasil da Rádio Nacional, os que conseguirem escapar para outros estados estarão se escondendo e portanto não agirão com violência afim de não chamar atenção.

“Porém a situação é preocupante pois se a polícia não conseguiu conter a fuga em massa de uma área cercada, dificilmente conseguirá evitar que muitos deles se movam para outros estados.”

A ex-secretária sempre critica que só se fala em um tipo de criminalidade.“O Brasil precisa de uma política de segurança nacional para todos os tipos de crimes que acontecem aqui mesmo esses que não aparecem na televisão. Que são pouco visíveis mas que drenam os nossos recursos que é a grande corrupção”, ressalta. Segundo ela, a corrupção usa recursos financeiros que deveriam ser destinados a segurança. “O dinheiro não chega para a solução da violência porque ele acaba indo para o bolso de meia dúzia de pessoas”. Explica.

Mau cheiro pertuba moradores da Cidade Ocidental

Márcia Prado

Há cerca de dois meses, os moradores de Cidade Ocidental vêm sofrendo de um incômodo causado pelo forte odor vindo de um aterro sanitário localizado a cerca de sete quilômetros do centro da cidade. A distância atende às exigências da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), que exige que esses aterros tenham no mínimo 200 metros de distância das cidades habitadas.
Segundo o assessor de imprensa da empresa Quebec, Felipe Chiavegatto, a empresa está trabalhando para a ampliação da capacidade do aterro e também trabalha para minimizar o odor que tanto incomoda os moradores. A Quebec é a empresa que gerencia a coleta e destinação do lixo em Cidade Ocidental e Valparaíso,

Ainda segundo Chiavegatto, as obras estão em fase de conclusão, pois o objetivo é aumentar a capacidade do aterro sanitário sem aumentar a quantidade de lixo recebido.

Moradores desconfiam que o mau cheiro seja proveniente de lixo hospitalar que o aterro recebe. Mas, segundo o assessor, todo lixo hospitalar é incinerado por um equipamento de última geração.

O assessor afirma que o mau cheiro vinha de resíduos recebidos da empresa de congelados Sadia Alimentos. Moradores acionaram o Ministério Público e a empresa assinou um termo de ajustamento de conduta em que se comprometia a reduzir a emissão de odor em 40 dias.

Os moradores reclamavam do forte cheiro que desapareceu, segundo a dona de casa Regina Martins, moradora da SQ 19 desde 22 de fevereiro, “Uma possível solução seria deixar o aterro apenas para o lixo produzido na cidade.” Afirma a moradora.

O aterro é composto de células onde são depositados os resíduos animais. Essas células funcionam como lagoas. Para evitar a contaminação do solo, as células são revestidas com geomembranas PEAD de alta densidade – uma espécie de lona que evita o contato das substâncias com o solo. Segundo Chiavegatto, a solução que a empresa encontrou foi depositar os resíduos oriundos da empresa Sadia Alimentos em uma célula separada dos demais lixos. Ainda segundo ele, essa era a causa do mau cheiro: os resíduos e vísceras de aves. O lixo sólido é aterrado e o líquido é tratado com uma bactéria fornecida pela própria empresa de alimentos para minimizar o odor causado.


De acordo com a CPI criada pelo ex vereador Geraldinho e já arquivada, foram investigadas possíveis irregularidades da empresa Quebec Ambiental como processo licitatório, utilização do aterro sanitário entre outros. Porém nenhuma irregularidade foi encontrada. A Quebec tem licença de operação expedida pelo instituto Brasília Ambiental.
A quantidade de lixo suportada pelo aterro é de 1,8 mil toneladas por dia, mas segundo o assessor, a quantidade recebida diariamente não chega nem a metade desse número. A empresa se Comprometeu com a prefeitura da Cidade Ocidental, caso o odor permaneça, o acordo com a empresa Sadia será rompido.